O Reino Unido deve pagar milhões de libras em indenizações a ex-presos de Guantánamo, informou ontem a ITN News. Um ex-prisioneiro estava perto de receber mais de 1 milhão de libras (US$ 1,6 milhão), informou a reportagem. O suposto acordo entre o ex-preso e o governo é divulgado após a Suprema Corte ordenar a libertação de 500 mil documentos relacionados ao tema em julho, como parte de uma ação contra o governo realizada por seis ex-detentos da prisão mantida pelos Estados Unidos.
Bisher al-Rawi, Jamil el Banna, Richard Belmar, Omar Deghayes, Binyam Mohamed e Martin Mubanga acusam o serviço de inteligência britânico de ser cúmplice com a tortura deles, enquanto estavam detidos em Guantánamo. O governo afirmou apenas que enviará informações hoje ao Paquistão sobre o caso. A administração lembrou que o primeiro-ministro David Cameron disse ao Parlamento em julho que uma situação em que a reputação dos serviços de segurança esteja em jogo deve ser resolvida.
Especialistas acreditam que o governo quer evitar um processo judicial custoso, e o acordo havia sido fechado após semanas de negociações. Os detalhes devem permanecer confidenciais. Jornais britânicos acusam o governo de camuflar o envolvimento do país em casos de tortura contra suspeitos de terrorismo. Uma entidade pelos direitos humanos do país, a Equalities and Human Rights Commission, pediu em fevereiro uma investigação independente sobre se os serviços de segurança foram cúmplices com a tortura de mais de 20 suspeitos. As informações são da Dow Jones.