O rei da Jordânia, Abdullah 2º, dissolveu o Parlamento e convocou eleições antecipadas hoje, véspera de uma importante manifestação da oposição, que exige reformas políticas.
A maior parte da oposição é composta pelo grupo islâmico Irmandade Muçulmana, que há meses pressiona por reformas estruturais.
Ela promete realizar, amanhã, a maior manifestação desde os protestos inspirados pela Primavera Árabe de 2011. Os organizadores contam com a presença de mais de 50 mil pessoas no evento.
A dissolução do Parlamento foi uma maneira constitucional encontrada pelo rei para dar uma resposta aos opositores.
“O rei decidiu dissolver, a partir desta quinta-feira, a Câmara de Deputados, e convocou eleições antecipadas”, indicou um comunicado do gabinete real.
A data das próximas eleições não foi informada, mas, recentemente, Abdullah chegou a dizer que preferia que fossem realizadas ainda este ano.
Anteriormente, Abdullah 2º já havia anunciado a sua intenção de convocar eleições legislativas. No entanto, a Irmandade Muçulmana já avisou que irá boicotar, como fez em 2010, em protesto contra a ausência de reformas profundas no país.
O primeiro-ministro Fayez al-Tarawneh chegou a aprovar uma lei eleitoral no último mês de julho que mantinha intacto o sistema que exclui a representação dos jordanianos de origem palestina, o que enfureceu a Irmandade Muçulmana, que apoia os islâmicos do país. A Irmandade tem acusado os jordanianos nativos de serem a fonte do poder do governo atual.
Um provável boicote dos políticos da Irmandade Muçulmana às eleições pode prejudicar a legitimidade do futuro Parlamento.