O regime sírio anunciou hoje que suspenderá as operações do Exército na sexta, aceitando o cessar-fogo proposto pelo enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas), Lakhdar Brahimi, durante o feriado de Eid al Adha.
No entanto, Damasco declarou que responderá a ataques de grupos rebeldes caso estes aconteçam. Em princípio, a trégua nas ações militares durará até segunda-feira.
A paralisação nos combates atende a um pedido de Brahimi, que, ontem, havia anunciado a aceitação da proposta pelo regime sírio e por grupos de rebeldes. Em seguida, Damasco informou que estava avaliando a trégua e tomaria a decisão hoje.
Os opositores, por outro lado, viram a proposição de forma cética. A principal milícia rebelde, o Exército Livre Sírio, condicionou a trégua à paralisação das tropas de Assad, mas disse ser pouco provável que ditador respeite o acordo.
Já o grupo Jabhat al Nusra, que é inspirado na rede terrorista Al Qaeda, rejeitou o cessar-fogo, chamando-o de “jogo sujo”. A entidade também duvidou que Assad cumpra a medida.
Negociações
A proposta da trégua foi feita no último fim de semana ao regime e aos rebeldes e enviada a países vizinhos, como Irã, Turquia, Egito e Arábia Saudita, que respaldaram o cessar-fogo.
A intenção de Brahimi é que a trégua prossiga após o feriado, que dura quatro dias. “Se essa iniciativa der certo, esperamos que possamos fazer um cessar-fogo mais longo e efetivo e isso faz parte de um longo processo político”.
Desde o início dos enfrentamentos, em março de 2011, cerca de 30 mil pessoas morreram na Síria, segundo a ONU, e outras 2,5 milhões se deslocaram dentro do país para áreas menos conflagradas.