Na tela do computador, há uma grande imagem do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Barack Obama. Nos quartos, percebe-se uma série de atividades em meio a ligações com potenciais eleitores norte-americanos. Não, não é um escritório eleitoral de alguma cidade no meio dos Estados Unidos, mas sim um campo de refugiados palestinos no coração da Faixa de Gaza, Nusseriat, supostamente controlado pelo Hamas.

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Esses defensores de Obama – que visitou na tarde desta terça-feira (22) Jerusalém e Ramallah – são todos palestinos, nascidos e criados em Gaza. Em seus telefonemas, procuram convencer os cidadãos norte-americanos a votar no candidato democrata.

Quase todos estão desempregados. Viagens ao exterior não são mais permitidas, mas eles aprenderam inglês nos bancos das escolas da Faixa de Gaza. De ligação em ligação, a capacidade expressiva aumenta.

“Estamos convencidos de que Obama é um homem de paz, que mudará o Oriente Médio e colocará um fim ao sofrimento dos palestinos”, disse à ANSA o organizador da iniciativa, o jornalista freelancer Ibrahim Abu Jayab, da agência de notícias Ramattan.

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Grande parte das conversas com os potenciais eleitores de Obama é dedicada a explicar a identidade insólita dos “voluntários” do Partido Democrata. Poucos norte-americanos estão familiarizados com os termos “Palestina” e “Gaza”, e são necessárias elaboradas explicações sobre a exata localização geográfica.

Mas não falta entusiasmo, como constatou hoje a ANSA. Ao redor de Abu Jayab, há cerca de 20 ativistas permanentes, responsáveis pelo controle dos computadores.

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O grupo tentará enviar uma mensagem a Obama, aproveitando a sua presença na região? “Um canal direto não existe” ainda, diz Abu Jayab.

Através de entrevistas à imprensa estrangeira, esses palestinos esperam que Obama saiba da existência do grupo e das suas atividades. Espera também que ele envie uma mensagem de encorajamento a essa “filial” do Partido Democrata dos EUA incrustada em um campo de refugiados em Gaza.