O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que os congressistas não devem avançar com o projeto de reforma do sistema de saúde enquanto o novo senador republicano por Massachusetts não assumir seu cargo.
“Aqui está uma coisa que eu sei e da qual quero me assegurar: o Senado certamente não deve tentar empurrar nada enquanto Scott Brown não tiver assumido sua cadeira”, disse Obama em entrevista ao “ABC News”. “O povo de Massachusetts falou. Ele tem de ser parte do processo.”
O “ABC” divulgou partes da entrevista, o primeiro comentário público de Obama sobre a eleição de Brown para o posto ao Senado por Massachusetts para ocupar a vaga deixada pelo democrata Edward Kennedy, que morreu em agosto.
Ao tirar dos democratas sua maioria folgada no Senado – com a maioria de 60 votos até então existente, os democratas podiam impedir manobras protelatórias da oposição -, o resultado da eleição lançou dúvidas sobre o projeto de reforma do sistema de saúde no Congresso assim como sobre outros projetos controversos, como o de regulação financeira e o de combate às mudanças no clima.
Posteriormente, o líder do Partido Democrata no Senado, Harry Reid, também afirmou que os senadores não tomarão qualquer decisão em relação à reforma do sistema de saúde até que Brown ocupe seu posto. “Não vamos apressar nada”, disse Reid. “Vamos esperar até que o novo senador chegue antes de fazermos qualquer coisa em relação à saúde.”
Obama também disse ao “ABC” que os congressistas devem “agir rapidamente para amalgamar” partes do projeto de reforma do sistema de saúde sobre as quais os dois partidos concordam, “elementos-chave” que incluem a reforma do seguro saúde.
“As companhias de seguro saúde estão tirando vantagem das pessoas. Sabemos que temos de ter alguma forma de contenção de custo porque, se não tivermos, nossos orçamentos vão estourar”, disse. “E sabemos que as pequenas empresas vão precisar de ajuda para que possam dar seguro saúde para suas famílias”, acrescentou.
Sobre a eleição em Massachusetts, Obama disse que Brown se beneficiou do mesmo sentimento do eleitor que o colocou na presidência. “As pessoas estão com raiva, estão frustradas. Não só por causa do que aconteceu no último ano ou nos dois últimos, mas pelo que aconteceu nos últimos oito anos”, afirmou.
As informações são da Dow Jones.