Reforma chinesa combate problemas ambientais

Ao dar mais poderes ao mercado para que controle os preços das commodities, os líderes chineses começam a combater o uso de insumos baratos, que alavancaram a indústria do país, mas deixaram um rastro de poluição na atmosfera e no solo da China.

A mudança de modelo econômico, proposto como parte das reformas planejadas pelo Partido Comunista durante o último encontro do Comitê Central, promete dar aos mercados uma “função decisiva” na alocação de recursos, além de penalizar os poluidores.

A medida mostra a preocupação dos líderes do país com os problemas ambientais que ameaçam a prosperidade econômica de longo prazo e a estabilidade social na China. Ativistas ambientais e o próprio governo argumentam, agora, que o modelo de crescimento a qualquer custo seguido pela economia chinesa por anos, com o uso ineficiente e subsidiado de recursos, contribuiu para uma degradação severa do meio ambiente.

“Essa reforma é realmente estimulada pelo fato de que a China não pode mais continuar agindo assim”, explica o diretor chinês do grupo de direito ambiental Climate Group, Changhua Wu.

Para se certificar de que os governadores locais vão aderir à medida, o governo de Pequim deu sinais de que está repensando a maneira como avalia seus agentes, e que vai dar mais atenção às políticas ambientais quando analisar possíveis promoções. Um aumento dos impostos sobre fontes de energia muito poluentes, como o carvão, também fará parte do pacote, dizem especialistas.

Analistas dizem que a liberação dos mercados como maneira de controlar os uso dos recursos pode mostrar uma evolução do pensamento do Partido Comunista sobre inflação e proteção ambiental. O controle estrito sobre o preço de commodities serviu durante anos como uma maneira de manter os preços baixos para os consumidores chineses e conter a inflação, que, os líderes temem, pode levar a uma inquietação social. Fonte: Dow Jones Newswires.

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