Recriação da 4ª frota-EUA não afeta defesa, diz Unger

O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, afirmou nesta sexta-feira que não considera uma “intimidação” a recriação da Quarta Frota da Marinha norte-americana – que tinha sido desativada ao final da Segunda Guerra Mundial e voltou a operar em julho nos mares da América do Sul. O ministro disse que não discutiu o assunto com nenhum integrante do governo, mas sua opinião pessoal é de que a decisão dos EUA de reativar a frota não influencia de nenhum modo a estratégia nacional de defesa.

Mangabeira coordena o comitê ministerial encarregado de elaborar proposta para a estratégia de defesa, que será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 7 de setembro. “A formulação da estratégia nacional de defesa não é uma reação conjuntural a problemas ou oportunidades conjunturais”, resumiu, em entrevista, após reunião com oficiais-generais das Forças Armadas em Porto Alegre, como parte da discussão que realiza para a proposta.

Da mesma forma, também avaliou que não há vínculo entre a elaboração da estratégia e as descobertas de petróleo nas camadas de pré-sal, já que o comitê começou a trabalhar muito antes que elas fossem anunciadas. Mangabeira não citou um possível orçamento para colocar o plano em prática e reiterou as vertentes que o orientam: reorganizar as Forças Armadas e a indústria de defesa privada e pública e discutir o futuro do serviço militar obrigatório. Segundo ele, o plano é “abrangente e audacioso”.

Sobre a indústria estatal, ele citou que deverá atuar no “teto tecnológico”, produzindo o que as privadas não podem fazer no curto e médio prazo de forma rentável. “Queremos vincular pesquisa avançada à produção avançada”, afirmou. “Não nos sentimos ameaçados por qualquer vizinho ou por qualquer país do mundo”, acrescentou.

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