Os rebeldes do Congo se aproximavam nesta terça-feira (28) da capital provincial Goma, no leste do país. O avanço ocorre apesar de eles terem sido atacados por mantenedores de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) em helicópteros. Dezenas de milhares de civis, inclusive crianças e bebês de colo, tomaram as rodovias, temendo o exército rebelde com reputação de brutalidade. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), 30 mil congoleses já fugiram dos confrontos e estão em um campo de refugiados de Kibati, 10 quilômetros ao norte de Goma.
Os ataques dos mantenedores de paz ocorreram na segunda (27), com a intenção de que os rebeldes não tomassem Kibumba, uma vila 48 quilômetros ao norte de Goma. Porém civis em fuga disseram que a tomada ocorreu da mesma forma. Um porta-voz dos rebeldes, Bertrand Bisimwa, disse que eles estão agora a 20 quilômetros de Goma.
Também osegunda, mantenedores de paz atiraram para o alto enquanto um escritório da ONU era atacado com pedras. Milhares de pessoas protestavam contra a ONU, por não conseguir proteger a população do rebeldes, apesar de uma missão de 17 mil capacetes azuis no país. Líderes locais disseram que três pessoas foram mortas no incidente.
O general desertor Laurent Nkunda planeja tomar Goma, cidade de 600 mil habitantes na fronteira com Ruanda. Nkunda chegou a assinar um cessar-fogo com o governo em janeiro, porém depois voltou atrás, argumentando que não há interesse das autoridade em proteger os tutsis. Milicianos hutus que fugiram de Ruanda para o Congo após perpetrarem o massacre de Ruanda, em 1994, estariam ainda perseguindo a outra etnia.
Mais de 200 mil pessoas tiveram que deixar suas casas nos últimos dois meses no Congo, segundo a ONU. A cólera e a diarréia mataram dezenas de pessoas, e as que sobrevivem em geral vivem na miséria nessa área.