Rebeldes sudaneses reivindicaram na noite deste domingo o controle da cidade estratégica de Talodi e negaram terem sofrido baixas em número acentuado. Mais cedo, forças do Sudão do Sul deixaram de ocupar um importante campo de petróleo, enquanto o governo do país afirma ter expulsado as forças adversárias.
“Os combates persistem dentro da cidade”, disse Arnu Ngutulu Lodi, porta-voz do Movimento de Libertação do Sudão/Norte. De acordo com ele, os choques tiveram início no sábado, quando os rebeldes capturaram Talodi e Mafloa, um posto avançado do exército sudanês a alguns quilômetros de distância. O posto avançado tem mudado de mãos constantemente desde o início dos confrontos em Kordofan do Sul, em junho passado.
Sawarmi Khaled Saad, porta-voz do exército do Sudão, disse mais cedo que os rebeldes haviam atacado Talodi e sofrido “muitas baixas”. Segundo ele, os combates persistiam. Ele não fez menção, porém, à possível perda da cidade.
Também neste domingo, o governo do Sudão do Sul informou ter desocupado o campo de petróleo de Heglig, a 130 quilômetros de Talodi. Já o governo do Sudão afirma ter expulsado as forças do vizinho do sul. A ocupação começou em 10 de abril e alimentou temores de intensificação do conflito.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem pedido ao Sudão do Sul que “deixe de apoiar grupos armados dentro do Sudão”. O governo do Sudão do Sul nega, porém, que esteja apoiando os rebeldes.
Em Cartum, capital sudanesa, uma multidão destruiu uma igreja evangélica em meio ao clima de fervor nacionalista alimentado pela notícia de liberação do campo de petróleo ocupado pelo Sudão do Sul, disse o pastor Yousif Matar Kodi. De acordo com ele, centenas de pessoas invadiram o local, queimaram bíblias e incendiaram um centro de treinamento de pastores da igreja. Ainda segundo o pastor, os agressores eram extremistas islâmicos. As informações são da Dow Jones.