O ministro da Saúde do Congo considerou este sábado um “dia negro” para a luta contra o surto mortal de Ebola, depois que rebeldes mataram dois agentes de saúde que estavam acompanhados do exército congolês, ajudando as autoridades sanitárias. Parece ser a primeira vez que agentes de saúde foram mortos por rebeldes neste surto, que está ocorrendo no que foi comparado a uma zona de guerra. Vários grupos rebeldes são ativos no extremo nordeste do Congo.

continua após a publicidade

O comunicado do Ministério da Saúde, emitido neste sábado, informa que os rebeldes Mai Mai surgiram da floresta e abriram fogo contra os agentes desarmados, em uma entrada para a cidade de Butembo. O ataque diurno pareceu premeditado, diz o comunicado. Os agentes médicos foram colocados em “zonas perigosas” para ajudar as autoridades nacionais nas fronteiras.

continua após a publicidade

Agentes de saúde relataram ouvir tiros diariamente, durante o trabalho de contenção do Ebola, que recebe escolta armada. Eles afirmaram ser obrigados a encerrar os trabalhos ao pôr do sol para diminuir o risco de ataques.

continua após a publicidade

O número de casos confirmados de Ebola atingiu 200, com 117 mortes. Grupos de ajuda já alertaram sobre a insegurança e a hostilidade de comunidades, o que tem levado a uma aceleração no número de novos casos, que mais do que dobrou neste mês.

O Ministério da Saúde do Congo relatou “numerosas agressões” contra agentes de saúde, enquanto dois voluntários da Cruz Vermelha foram gravemente feridos em um confronto com membros de uma comunidade, em uma região traumatizada por décadas de lutas e que enfrenta um surto de Ebola pela primeira vez.

“Agentes de saúde não são alvo de grupos armados”, afirmou o ministro da Saúde, Oly Ilunga neste sábado. “Nossos agentes continuarão indo a campo todos os dias para cumprir a missão que lhes foi confiada. Eles são verdadeiros heróis e nós vamos continuar a tomar todas as medidas necessárias para que possam fazer o seu trabalho com segurança.”

Um ataque mortal de rebeldes contra civis em Beni, no final do mês passado, forçou a suspensão dos esforços de contenção do Ebola por vários dias, e os efeitos ainda estão sendo verificados. Na quarta-feira passada, a Organização Mundial da Saúde disse que estava “profundamente preocupada” pelo surto em curso, mas indicou que a situação ainda não justificava uma declaração de emergência global. Para isso, o surto deve ser “um evento extraordinário” que pode atravessar fronteiras, exigindo uma resposta coordenada.

Fonte: Associated Press