O presidente de Cuba, Raúl Castro, propôs a troca de dissidentes políticos encarcerados em Havana por cinco cubanos presos nos Estados Unidos há dez anos por suspeita de espionagem. Em entrevista na quinta-feira (18), ao lado do presidente Lula após almoço no Itamaraty, Raúl disse que a reaproximação dos governos cubano e americano não pode se dar por “gestos unilaterais”. “Estamos dispostos a falar com o senhor (Barack) Obama, mas em absoluta igualdade de condições”, afirmou. “Se Obama quer dialogar, dialogaremos.”

continua após a publicidade

Condenados pela Justiça americana em 2001, os cinco cubanos presos nos EUA faziam um trabalho de inteligência em Miami, cidade onde atuam grupos anticastristras, como admitiu o governo de Havana. Os presos são considerados “heróis” por Raúl e Fidel Castro.

Em Washington, o Departamento de Estado exortou o governo cubano a libertar os presos políticos “imediatamente”, rejeitando a proposta de Raúl. “A questão dos presos políticos é diferente da dos cinco espiões julgados e condenados pelo sistema judiciário americano”, disse o porta-voz Robert Wood.

Na entrevista, o presidente cubano queixou-se do embargo econômico imposto pelos EUA. Tentando demonstrar simpatia, disse que estava encantado com as mulheres brasileiras. Ele só se irritou com uma pergunta sobre fuzilamentos no paredão de adversários do governo de Fidel. “É uma pergunta vendida”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

continua após a publicidade