O presidente de Cuba, Raúl Castro, disse hoje que seu governo está aberto ao diálogo com os Estados Unidos, mas com condições. “Queremos discutir com o governo americano todos os problema que eles quiserem. Repito três vezes: todos, todos, todos. Mas só aceitamos se for em absoluta igualdade. Podem perguntar de tudo. Mas também queremos perguntar de todos os problemas dos Estados Unidos”, afirmou ele, que recebe hoje a visita do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não assassinamos ninguém, não foi torturado ninguém. Aqui sim houve tortura, mas na base de Guantánamo”, ressaltou Raul Castro, referindo-se à base militar dos EUA em solo cubano, que recebeu prisioneiros da guerra do Iraque.
Em entrevista ao lado de Lula, Raul Castro reconheceu que não existe liberdade de expressão em seu país, mas atribuiu esse problema aos Estados Unidos. “Aqui não há a máxima liberdade de expressão. Isso é certo. Mas se os Estados Unidos nos deixarem tranquilos poderá haver essa máxima liberdade”, afirmou.
Lula e Raúl Castro deixaram no início da tarde de hoje o Porto de Mariel para uma reunião bilateral no Palácio da Revolução, em Havana. A previsão é de que sete acordos sejam assinados no final da tarde de hoje, com ajustes complementares de acordos firmados anteriormente.
O Porto de Mariel, visitado hoje pelo presidente Lula funcionará, no futuro, como terminal internacional de contêineres. A expectativa é de que em quatro anos sejam investidos US$ 800 milhões no porto. Desse total, US$ 453 milhões serão financiados pelo governo brasileiro. A previsão é de que as obras comecem ainda no primeiro trimestre deste ano.