A rainha Elizabeth II aprovou há pouco o pedido do governo do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, para encerrar a atual sessão legislativa do Parlamento britânico, na prática “suspendendo” a Casa no período de “não antes de segunda-feira, 9 de setembro de 2019 e não depois de quinta-feira, 12 de setembro de 2019 até segunda-feira, 14 de outubro de 2019”.
A decisão de Johnson foi encarada amplamente como uma investida para forçar um Brexit sem acordo em 31 de outubro. O Partido Trabalhista apontou uma “ameaça à democracia”, o Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês) vê o ex-prefeito de Londres “agindo como um ditador” e os Liberais Democratas (LibDems) falam em “golpe”.
Até o ex-ministro das Finanças Philip Hammond, parlamentar do mesmo Partido Conservador do qual Johnson é presidente, veio a público classificar o ato como um “ultraje constitucional” e “profundamente antidemocrático”.
Em um vídeo publicado por 10 Downing Street sobre o Discurso da Rainha que pretende fazer em 14 de outubro, como é praxe ao fim de uma suspensão do Parlamento, o primeiro-ministro sequer menciona a palavra “Brexit”.
“Não vamos esperar até 31 de outubro antes de ir adiante com nossos planos”, afirma Johnson. “Temos de investir no nosso fantástico NHS (sigla em inglês para Serviço Nacional de Saúde), elevar o nível de financiamento da educação no país, temos de investir em infraestrutura (…) Para fazer isso, precisamos de nova legislação, temos de trazer adiante novos e importantes projetos de lei, e é por isso que teremos um Discurso da Rainha e faremos isso em 14 de outubro.”