O principal rabino da cidade de Safed, no norte de Israel, quer vingança pela morte de oito estudantes em um seminário rabínico. Shmuel Eliyahu pediu ao governo israelense que se vingue investindo contra a família do autor do atentado ocorrido no último dia 6.

continua após a publicidade

Em um documento enviado pela internet, distribuído para sinagogas de todo país, Eliyahu afirmou que "um país que realmente se importa com seus cidadãos deveria enforcar os dez filhos do terrorista em uma árvore alta". O líder religioso citou uma passagem bíblica do Livro de Ester, presente no Velho Testamento.

O texto original se refere a Haman, que planejou matar todos os judeus da Pérsia até ser descoberto. Eliyahu, filho do ex-rabino-chefe de Israel, disse em entrevista ter usado uma "metáfora". Ele afirmou, porém, que apóia a vingança contra os que atacam judeus.

No dia 6 de março, um palestino armado invadiu a biblioteca de um seminário rabínico e abriu fogo contra os freqüentadores, matando oito pessoas. O autor do ataque foi morto então a tiros. Logo após o atentado, centenas de seminaristas judeus se reuniram fora do centro de estudos e gritaram: "Morte aos árabes!"

continua após a publicidade

O texto de Eliyahu, um rabino relativamente conhecido no país, é intitulado "Eretz Yisrael Shelanu", que em hebraico significa A terra de Israel é nossa. "(O Estado de Israel) deve fazê-los sofrer até o ponto em que eles gritem ‘basta’", escreveu o líder religioso. "Não é para satisfazer um desejo de vingança (pessoal), mas pelo propósito da distensão (intimidação)."

O texto incluía também uma falsa carta em nome do primeiro-ministro Ehud Olmert, que zombava dele e o apontava como um líder fraco diante dos terroristas. O grupo pacifista Meretz qualificou o texto do rabino como "incitamento". O Ministério da Justiça de Israel preferiu não se pronunciar sobre o caso.

continua após a publicidade