Os quenianos formaram longas filas em todo o país hoje, antes mesmo do amanhecer, para decidir se aceitam uma nova Constituição para o país, que vai reduzir os poderes da presidência. Trata-se do primeiro pleito realizado após a violência pós-eleitoral que deixou mais de 1 mil mortos.

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Líderes pediram aos quenianos que realizem um referendo pacífico e prometeram aumentar a segurança para evitar a violência que contaminou a última eleição nacional, entre 2007 e 2008, quando gangues mataram oponentes e a polícia foi acusada de disparar aleatoriamente.

 

O entusiasmo com a nova Carta Magna era elevado na favela de Kibera, em Nairóbi, onde as filas se formaram às 3 horas, segundo o funcionário eleitoral George Rabalah. Os eleitores esperaram cinco horas ou mais para votar no Vale do Rift, oeste da capital. “Estamos fazendo história, muitos de nós não estava aqui quando a primeira Constituição foi proclamada após a independência”, disse o empresário Sam Ochieng, de 35 anos, que votou em Kibera.

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A comunidade internacional, e em particular os Estados Unidos, pediu aos quenianos para que aprovem a Constituição, apesar de o projeto ter suscitado debates sobre a propriedade de terras, aborto e tribunais familiares muçulmanos.

A atual Constituição queniana, escrita no período da independência do Quênia do Reino Unido, em 1963, dá ao presidente amplos poderes. O referendo é uma das condições do acordo de compartilhamento de poder entre o presidente Mwai Kibaki e o primeiro-ministro Raila Odinga, que encerrou a onda de violência ocorrida entre 2007 e 2008. Os dois apoiam a nova Constituição e ambos pediram que os quenianos votem em paz.

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Pesquisas de opinião mostram que a nova Carta Magna deve ser aprovada. Líderes de grupos contrários e favoráveis à nova lei pediram que os quenianos ajam pacificamente depois de votarem. Os dois lados também prometeram aceitar o resultado do referendo.