Militantes fortemente armados tomaram por algumas horas a cidade de Belet Weyne, no centro da Somália, informou nesta segunda-feira (14) a polícia local. Durante a ação, os militantes mataram quatro professores – dois britânicos e dois quenianos. Na cidade de Merka, sul do país, um ataque a um cinema ontem à noite deixou cinco mortos e 16 feridos. Uma granada foi lançada no local.
O chefe de polícia de Belet Weyne, Abdi Aden Adow, disse que dois dos professores assassinados – uma mulher de 32 anos e um homem de 70 anos – tinham passaportes britânicos e eram de origem somali. Os outros dois eram quenianos.
"Meu tio veio à região para ajudar as pessoas a aprenderem alguma coisa e agora ele está morto por nenhum motivo", disse Abdul-qadir Anshor Ali, sobrinho do professor assassinado. Segundo um guarda da escola, os quatro foram mortos com tiros na cabeça.
Segundo Abdi-qani Hasi, um morador local, os militantes chegaram domingo (13) à noite, tomaram posições estratégicas e libertaram prisioneiros. Em seguida, deixaram a cidade. O chefe de polícia afirmou que os policiais fugiram quando notaram a presença dos invasores.
Um porta-voz do Movimento Al-Shabab negou que o grupo tenha relação com as mortes. Al-Shabab, que significa "a juventude", é o braço armado do Conselho das Cortes Islâmicas. O Departamento de Estado dos Estados Unidos considera o Al-Shabab terrorista. O grupo tomou várias cidades no país nos últimos meses, geralmente deixando as áreas poucas horas depois.
Os insurgentes lutam pelo controle de várias áreas do país com o fraco governo local, apoiado pelas Nações Unidas, e com tropas etíopes. Os confrontos ocorrem desde a expulsão dos islamitas da capital, Mogadiscio, em dezembro de 2006.
A Somália não tem um governo que controla de fato o país desde 1991. Naquele ano, o ditador Mohammed Siad Barre foi derrubado por senhores de guerra, baseados em alianças de clãs. Em seguida esses começaram conflitos entre si.