A Coreia do Norte aparentemente prepara um novo teste de um míssil de longo alcance, afirmaram hoje funcionários sul-coreanos. “Nós detectamos sinais de que a Coreia do Norte está preparando o disparo de um ICBM (sigla em inglês para míssil balístico intercontinental)”, afirmou um porta-voz do Ministério da Defesa. “Autoridades de inteligência norte-americanas e sul-coreanas já estão analisando a informação”.
Pyongyang foi alvo de condenação internacional, inclusive da aliada China, pelo teste nuclear realizado na semana passada. O Estado comunista também ampliou as atividades perto da fronteira com a Coreia do Sul. Seul elevou o nível de alerta, temendo a possível repetição dos mortíferos confrontos navais ocorridos em 1999 e 2002.
Segundo informações da agência de notícias sul-coreana Yonhap, citando um funcionário do setor de inteligência, que pediu anonimato, Pyongyang levou o míssil até uma base em Dongchang-ri, ao longo da costa noroeste do país, e poderia lançá-lo em uma ou duas semanas.
Funcionários de defesa dos EUA também registraram atividade de veículos que poderia sugerir que os norte-coreanos preparam o lançamento do míssil de longo alcance. “Nós vimos alguns sinais de que eles estão fazendo algo com outro míssil Taepodong, mas nesse estágio não está claro o que eles farão”, afirmou hoje o secretário de Defesa norte-americano, Robert Gates, em Manila.
Tensão
A tensão cresceu na semana passada, quando o regime de Kim Jong-il testou uma bomba nuclear pela segunda vez (a primeira foi em 2006). Em seguida, o país lançou uma série de mísseis de curto alcance e ameaçou atacar a Coreia do Sul em resposta ao fato de Seul ingressar em uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos para impedir o avanço das armas de destruição em massa pelo mundo.
O presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, advertiu hoje que Seul “nunca tolerará” que o vizinho siga pelo caminho “das ameaças militares e da provocação”. “Nós sinceramente esperamos a paz, mas lidaremos duramente com quaisquer ameaças.”
A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) qualificará o teste norte-coreano como “um ato de provocação”, segundo o governo sul-coreano. A entidade regional se reúne hoje e amanhã e o texto deve ser divulgado no último dia do encontro. A Asean reúne Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Cingapura, Tailândia, Filipinas e Vietnã. O evento desta semana marca o 20º aniversário do diálogo formal entre o bloco e a Coreia do Sul. As informações são da Dow Jones.