A Coreia do Norte advertiu o mundo nesta sexta-feira que não vai abrandar sua posição em relação ao governo da Coreia do Sul após a morte de Kim Jong Il. A poderosa Comissão de Defesa Nacional norte-coreana informou que o país nunca vai negociar com o presidente sul-coreano Lee Myung-bak, um conservador que interrompeu a política de ajuda para Coreia do Norte em 2008.

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A mensagem também dizia que a Coreia do Norte está unida ao redor de Kim Jong Un, referindo-se a ele pela primeira vez como o Grande Líder, título usado anteriormente por seu pai, numa clara mensagem sobre a continuidade das políticas do país.

“Nós declaramos solenemente e com confiança que os políticos insensatos de todo o mundo, dentre eles o grupo de fantoches da Coreia do Sul, que não devem esperar qualquer mudança de nossa parte”, afirmou a Comissão de Defesa Nacional. “Nós nunca negociaremos com o grupo traidor de Lee Myung-bak.”

Num tom de voz belicoso, a âncora da televisão estatal leu o comunicado da Comissão de Defesa Nacional afirmando que os “crimes perversos” do governo Lee chegaram ao ponto mais alto quando impediu que sul-coreanos visitassem a Coreia do Norte para homenagear Kim Jong Il, exceto por duas delegações lideraras por uma ex-primeira-dama e uma líder empresarial, cujos maridos tinham ligações com a Coreia do Norte.

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A Coreia do Norte disse que delegações estrangeiras oficiais não teriam permissão para entrar no país, mas que receberia qualquer sul-coreano que desejasse viajar para homenagear Kim.

O comunicado de Pyongyang é uma advertência para que Seul não considere a nova liderança mais branda, afirmou Koh Yu-hwan, especialista em Coreia do Norte da Universidade Dongguk, de Seul.

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“E também eleva as apostas no caso de Seul desejar melhores relações, de forma que Pyongyang possa conseguir maiores concessões”, durante negociações, disse Koh. Segundo ele, ainda é “muito cedo para dizer se o Norte está acabando com as esperanças de reformas”.

Mas ao mesmo tempo em que criticou o líder sul-coreano,Pyongyang ofereceu uma certa esperança de melhora nas relações entre os dois países, dizendo que “vai continuar a promover o caminho para relações melhores”.

Mas acrescentou que relações melhores não serão “baseadas em embustes que a Coreia do Sul tem empregado ao misturar ‘resistência e flexibilidade'”. As informações são da Associated Press.