A Coreia do Norte ameaçou cancelar as reuniões de familiares separados pela Guerra da Coreia um dia depois de chegar a um acordo fechado com o vizinho do sul.
O principal organismo militar norte-coreano disse nesta quinta-feira que os exercícios militares na Coreia do Sul e a forma ultrajantes como a mídia sul-coreana mostra o líder norte-coreano Kim Jong Un colocam as reuniões familiares em risco.
Os dois lados haviam concordado em permitir que os familiares se reunissem entre 20 e 25 de fevereiro no resort de Mt. Kumgang, na Coreia do Norte. Seria a primeira vez que sul e norte-coreanos se encontrariam desde o final de 2010.
O sul-coreano Ministério da Unificação, que cuida de assuntos intercoreanos, disse que o Norte está usando os exercícios militares anuais realizados pela Coreia do Norte e pelos Estados Unidos como desculpa para cancelar a reunião.
As declarações de Pyongyang também citam um suposto voo de um bombardeio B-52 sobre o Mar Amarelo na quarta-feira como uma manobra ameaçadora que prejudica as reuniões.
Um porta-voz da Força Aérea dos Estados Unidos no Pacífico disse que a unidade mantém “a presença rotativa de bombardeios na região há mais de uma década”, mas se recusou a falar sobre missões específicas.
A Coreia do Norte costuma dizer que os exercícios militares no país vizinho são o prelúdio de um ataque dos Estados Unidos e da Coreia do Sul e faz ameaças antes e durante os exercícios. Washington e Seul realizam outros exercícios durante o ano, que causam reações parecidas de Pyongyang.
A última tentativa de reunir famílias coreanas foi cancelada em setembro por Pyongyang, dias antes do evento. O governo norte-coreano responsabilizou o “clamor de confrontação” de Seul e a cobertura da mídia sul-coreana sobre a Coreia do Norte pelo cancelamento.
O projeto de reuniões familiares permitiu o encontro de milhares de coreanos separados pela Guerra da Coreia, mas milhares de pessoas morreram sem rever seus parentes.
Desde a primeira vez que o evento aconteceu, em 1985, as duas Coreias têm realizado as reuniões de forma irregular. O tráfego na fronteira e reuniões por meio de videoconferência aumentaram após a primeira cúpula intercoreana em 2000, mas as coisas mudaram em 2010, quando o projeto foi interrompido depois de Pyongygang ter bombardeado uma ilha na fronteira sul, matando dois soldados e dois civis sul-coreanos. Fonte: Dow Jones Newswires.