O primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, aceitou concorrer à Presidência do país nas eleições de 2012, praticamente assegurando sua volta ao cargo que ocupou durante oito anos e em um desdobramento que, provavelmente, prenuncia um período de controle com mão forte da nação. O Partido Rússia Unida também aprovou a sua proposta de que o atual presidente russo, Dmitri Medvedev, assumirá o posto de premiê, ocupado atualmente por Putin.

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Putin governou a Rússia como presidente entre 2000 e 2008 com um comando de ferro amplamente criticado pelo Ocidente ao representar um acinte à democracia. Após mudanças constitucionais terem estendido o mandato presidencial de quatro para seis anos, o poder de Putin, provavelmente, deve se tornar ainda mais fortalecido. Se ele conquistar o segundo mandato, Putin ficará no topo da hierarquia russa por quase um quarto de século.

A escolha de Putin no Congresso do Partido Rússia Unida encerra meses de especulações intensas sobre se ele se candidataria para comandar o Kremlin ou se ele permitiria que Medvedev, um líder com perfil mais moderado e mais inclinado a reformas, se candidatasse à eleição no próximo ano.

A despeito do crescente descontentamento aparente entre os russos comuns com o partido, o Rússia Unida exerce uma presença dominante na política do país e a volta de Putin à Presidência e a transferência de Medvedev para o cargo de primeiro-ministro está praticamente garantida. Além de os partidos opositores genuínos terem sido marginalizados, a popularidade pessoal de Putin é imensa entre os russos, que o consideram a figura forte e determinada necessária para um país marcado pela corrupção, pela insurgência islâmica e por um desequilíbrio gigantesco entre a população empobrecida e os mais ricos.

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A eleição presidencial, cuja data ainda não foi definida, é precedida por uma eleição parlamentar nacional em 4 de dezembro, na qual o Rússia Unida buscará reter sua supremacia. O Partido tem hoje 312 das 450 vagas no atual Parlamento.

Putin iniciou uma série de manobras bem orquestradas na assembleia do partido ao propor que Medvedev liderasse a lista da legenda para a eleição de dezembro. Medvedev, por sua vez, propôs o nome de Putin para ser o candidato presidencial do partido e este voltou ao palco para aceitar a indicação e manifestar seu apoio a Medvedev como primeiro-ministro. O partido aprovou as indicações sem nenhuma oposição aparente.

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A mudança de Medvedev para o cargo de premiê pode preservá-lo das crescentes críticas às medidas de austeridade que Putin alertou que serão necessárias para a Rússia em razão do cenário convulsionado econômico.

Putin propôs, neste sábado, que os cidadãos mais ricos da Rússia paguem impostos mais altos. A alíquota plana de imposto de renda que entrou em vigor durante a Presidência de Putin entre 2000 e 2008 e foi elogiada por ter melhorado a arrecadação tributária não deve ser alterada, mas ele defendeu o aumento da tributação sobre o consumo e propriedades, o que deve ter um efeito comparativamente maior no bolso da população mais rica do país.

O período para a apresentação formal dos nomes dos candidatos que concorrerão à Presidência ainda não começou e não há clareza sobre quem será escolhido para desafiar Putin. As informações são da Associated Press.