A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), através da Faculdade de Ciências Biológicas de Sorocaba e em conjunto com a Unesp, USP, Unicamp, Unitau e com o Museu Nacional do Rio de Janeiro começarão neste segundo semestre uma pesquisa que irá estudar, descrever, nomear e classificar as espécies de anfíbios anuros (sapos, rãs e pererecas) existentes no Estado de São Paulo. A pesquisa é denominada “Diversidade de anfíbios anuros do Estado de São Paulo” e conta com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, através do programa BIOTASP. A previsão é que o trabalho seja concluído em quatro anos.
A parte da ciência que trata da classificação dos organismos é denominada taxonomia. “Apesar de ser uma atividade antiga, somente uma pequena parcela dos seres vivos foi catalogada”, explica Luciano Castanho, coordenador do curso de Ciências Biológicas do câmpus da PUCSP em Sorocaba e um dos responsáveis pela pesquisa sobre os anfíbios anuros. Em relação a essa questão, os dados são pouco precisos. Estima-se que existam entre 5 e 50 milhões de espécies no planeta. Desse total, cerca de um milhão e quatrocentas mil foram cientificamente descritas. “Isso dá a magnitude do trabalho que ainda tem de ser feito, com o agravante de que muitas espécies têm sido extintas antes mesmo de terem sido conhecidas pela ciência”, afirma o pesquisador.
A pesquisa interinstitucional estudará os anfíbios anuros, animais pouco conhecidos na atualidade. De acordo com o representante da PUCSP, somente no Estado de São Paulo são conhecidas mais de 180 espécies de anuros, sendo que a maior parte ocorre em remanescentes da Mata Atlântica. O estudo será conduzido seguindo a observação de sete pontos principais:
1.) Levantamento das diferentes espécies de anfíbios anuros.
2.) Coleta de exemplares das diferentes espécies.
3.) Resolução de problemas taxonômicos como meio de se avaliar de forma mais precisa a diversidade existente.
4.) Gravação das vocalizações para ampliação do arquivo sonoro.
5.) Estudo dos ciclos de vida.
6.) Determinação do estado de conservação da anurofauna em diferentes ecossistemas.
7.) Identificação de espécies e/ou populações isoladas e ameaçadas de extinção.
Apesar das inúmeras lendas e crendices envolvendo esses animais e da aversão que causam em algumas pessoas, eles são extremamente importantes para o equilíbrio do ecossistema. De acordo com Luciano Castanho, os anfíbios anuros “são considerados laboratórios vivos e de sua pele são extraídos inúmeros compostos de interesse farmacológico”, finaliza, justificando a importância social da pesquisa.
