O presidente George W. Bush é um indivíduo psicologicamente instável, obcecado com “o mal” e com pouca capacidade para tomar decisões cruciais, como a de colocar os EUA em guerra, de acordo com a avaliação feita pelo psiquiatra Justin Frank.
O terapeuta, ligado ao Partido Democrata, é chefe do Departamento de Psiquiatria da George Washington University e seu novo livro, “George Bush no divã” (Harpers Collins) está causando sensação em Washington com uma espécie de “análise não autorizada” do presidente, situando-o clinicamente entre a paranóia e a megalomania.
Frank destaca no livro “a falsa sensação de onipotência de Bush, que foi induzida desde a infância e reforçada por sua imersão no fundamentalismo religioso”. O psiquiatra, que nunca se encontrou pessoalmente com o presidente, mas estudou seus tiques e lapsos em numerosos vídeos, sustenta que ele mostra “tendências ao sadismo e sofre patologias de caráter; por exemplo, considera a si próprio e a Deus como intercambiáveis”.
Segundo o terapeuta, um trauma de infância marcou para sempre a personalidade do presidente: a morte por leucemia de sua irmã Robin, quando ele tinha apenas sete anos.
“A decisão dos pais de reprimir a dor e não fazer um funeral deixou o pequeno George com uma imensa carga de culpa e despreparado para enfrentar as conseqüências de seus atos”, escreveu.
Frank também mencionou a conflituosa relação com o pai: “Sua ausência afetiva e física durante os anos da formação do filho despertou sentimentos de adoração, mas também de vingança, com conseqüências permanentes”.
O livro aborda ainda o problema não resolvido com o álcool. De acordo com o psiquiatra de Washington, o líder da Casa Branca é “um ex-alcoólico não curado” que pode ter sofrido “graves danos cerebrais” nos anos em que bebia desmedidamente.
“Bush deixou a bebida aos 40 anos, mas as décadas nas quais cedeu ao fascínio da garrafa podem ter deixado marcas indeléveis em seu caráter”, advertiu o analista.
