Nacionalistas tailandeses entraram em conflito com a polícia e aldeões hoje na tentativa de marchar para um antigo templo na fronteira com o Camboja. Enquanto isso, na capital Bangcoc, manifestantes lembraram o terceiro aniversário do golpe militar que continua a criar instabilidade política no país.
Hospitais informaram que 15 pessoas foram feridas sem gravidade na província de Sisaket depois que membros da Aliança do Povo para Democracia tentaram chegar aos portões do templo perto da terra disputada tanto pela Tailândia quanto pelo Camboja, exigindo que o governo tailandês assuma o controle da área. Centenas de aldeões tailandeses, que se opõem ao protesto, enfrentaram os manifestantes.
A Aliança lembrou os fatos que culminaram no golpe militar de 19 de setembro de 2006, que depôs o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, acusado de corrupção, abuso de poder e desrespeito ao monarca constitucional, o rei Bhumibol Adulaydej.
Apoiadores de Thaksin reuniram-se em Bangcoc, onde mais de 6 mil policiais estão posicionados para evitar a repetição dos tumultos que mataram pelo menos duas pessoas e feriram outras centenas nos últimos grandes protestos contra o governo, em abril.
Os manifestantes querem a saída do primeiro ministro Abhisit Vejjajiva, alegando que ele chegou ao poder de modo ilegítimo, com a ajuda dos militares e do judiciário, dois pilares da classe dominante tailandesa.
Abhisit assumiu o poder no fim do ano passado, depois que os aliados de Thaksin foram forçados a deixar o governo por sentenças judiciais de conflito de interesse e fraude eleitoral. Os apoiadores de Thaksinm, muitos de áreas rurais pobres beneficiadas por seus generosos programas sociais, dizem que o golpe representou um importante abalo para a democracia tailandesa e que ele foi orquestrado pela elite tradicional centralizada em Bangcoc.
Os protestos de hoje devem atingir seu ápice durante a noite. A polícia disse que entre 20 mil e 30 mil pessoas são esperadas. O governo de Abhisi convocou uma lei de emergência para permitir que os militares restaurem a ordem em caso de violência.
Já os embates perto de Camboja estão ligados a uma disputa territorial que já dura décadas. Em 1962, a Corte Mundial garantiu ao Camboja o controle sobre o templo de Preah Vihear, do século 11, mas algumas áreas em volta permanecem em disputa. A Aliança passou a enfatizar a questão da terra no ano passado com o objetivo de provocar o sentimento nacionalista dos tailandeses, acusando o governo de Thaksin de fracasso na defesa do território. As informações são da Associated Press.