Manifestantes tomaram as ruas das quatro maiores cidades da Líbia hoje, em um “dia de fúria”, pedindo a queda do regime do coronel Muamar Kadafi. Choques com partidários do governo e forças de segurança deixaram pelo menos 20 mortos, segundo informaram ativistas.

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A agência Ansa divulgou imagens de confrontos entre a polícia e manifestantes em Benghazi, segunda maior cidade líbia. A emissora Al-Jazira, do Catar, divulgou um vídeo que mostra manifestações noturnas em Benghazi, e também uma multidão atacando e destruindo uma delegacia. Abdullah, um homem que vive em Benghazi, disse à Al-Jazira que o governo líbio libertou 30 criminosos comuns, aos quais pagou e armou para que atirem nos manifestantes.

O ativista líbio Fathi al-Warfali, que vive na Suíça, disse que 11 manifestantes foram mortos na noite de ontem em Al-Baida, e um número bem maior ficou ferido. Ele afirmou que Kadafi enviou francoatiradores para matar os manifestantes. Segundo Al-Warfali, outras duas pessoas morreram na cidade de Zentan, enquanto um manifestante foi morto na cidade de Rijban.

Mohammed Ali Abdellah, vice-líder da Frente de Salvação Nacional da Líbia, um grupo de dissidentes líbios que vive no exílio, afirmou que os hospitais em Al-Baida reclamam da falta de suprimentos médicos, que o governo se recusa a fornecer. Segundo ele, os hospitais afirmam que o número de feridos é crescente.

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Os opositores usaram o Facebook e o Twitter para convocar os protestos. “Hoje os líbios quebraram a barreira do medo, é uma nova aurora”, disse Faiz Jibril, um opositor que vive no exílio. Desde que os protestos começaram na Líbia, na terça-feira, a mídia estatal apenas exibiu imagens de manifestações a favor de Kadafi.

 

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A escala dos protestos hoje é um teste para o coronel, de 68 anos, que está no poder desde 1969. A população local se inspira nos levantes ocorridos em Tunísia e Egito, que culminaram com a queda dos governantes desses dois países. Os protestos lembraram a morte de 14 pessoas, durante uma manifestação muçulmana ocorrida em Benghazi, em 17 de fevereiro de 2006. Além disso, os manifestantes pedem democracia e melhorias econômicas. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.