Sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas ontem em choques entre manifestantes tibetanos e forças policiais em Lhasa, nas mais violentas demonstrações contra a presença da China na região desde 1989, quando a Lei Marcial vigorou no Tibete por 13 meses. O número de mortos, ?na maioria comerciantes?, foi divulgado pela agência oficial Nova China. Segundo a rádio Free Asia, financiada pelos EUA, duas das pessoas que morreram foram vítimas de tiros das forças de segurança. O governo regional prometeu ?lidar duramente? com os protestos.
Cerca de mil manifestantes incendiaram lojas, atiraram pedras contra os policiais e destruíram carros militares em Lhasa, capital tibetana. As ruas foram ocupadas pelas forças de segurança, que usaram bombas de gás lacrimogêneo e dispararam contra os manifestantes, segundo relatos feitos a agências internacionais.
A menos de 150 dias da Olimpíada de Pequim, a China enfrenta uma escalada de protestos contra seu governo no Tibete. As manifestações começaram na segunda-feira, aniversário do fracassado levante de 1959 contra o domínio chinês, que foi reprimido pelo Exército de Libertação Popular e levou ao exílio do dalai-lama, líder espiritual dos tibetanos. Na segunda e na terça-feira, 500 monges de três mosteiros nos arredores de Lhasa marcharam para lembrar a data.
Ontem, houve protestos em Lhasa e em duas outras províncias da China habitadas por tibetanos: Qinghai e Gansu. Na Índia e no Nepal, manifestantes pró-Tibete também entraram em choque com a polícia e dezenas de pessoas foram presas. De seu exílio em Dharamsala, na Índia, o dalai-lama divulgou nota pedindo que o governo chinês pare de usar a violência contra os manifestantes.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo