Centenas de manifestantes antigoverno voltaram neste sábado às ruas do centro do Cairo, gritando slogans contra Hosni Mubarak horas depois de o presidente do Egito ter dissolvido seu gabinete de ministros e prometido reformas. Ele recusou-se a renunciar e disse que nomeará um novo ministério ainda hoje.
A visão de manifestantes em confronto com a polícia pelo quinto dia consecutivo indica que o discurso de Mubarak, levado ao ar pela televisão logo depois da meia noite local, não conseguiu amainar os ânimos da população, que protesta contra a pobreza, o desemprego e a corrupção.
Em cinco dias de protestos – o maior a ocorrer no país em décadas – multidões entraram em confronto com as forças policiais do Cairo e em outras cidades.
Durante a madrugada deste sábado, o governo convocou o exército, que substituiu a polícia civil na proteção de edifícios governamentais e outras áreas da capital. Vários tanques estão estacionados na Tahrir Square, onde se concentram os protestos, mas os soldados não intervieram nas manifestações. “Queremos que Mubarak saia, não apenas seus ministros”, disse Mohammed Mahmoud, um dos manifestantes. “Não desistiremos até que ele se vá”.
Parte dos serviços de telefonia celular foi restaurada hoje no país. Ontem, o governo mandou que as operadoras interrompessem o serviço na tentativa de frustrar os protestos, já que após a internet ser bloqueada os manifestantes recorreram às mensagens de celular para coordenar os protestos.
Os serviços das operadoras Vodafone, a maior do país, e a Mobinil voltaram a funcionar na manhã de hoje. A internet, contudo, continua bloqueada. As informações são da Associated Press.