Centenas de milhares de muçulmanos da Caxemira indiana se reuniram hoje em uma cidade onde sete pessoas foram mortas no final de semana passado, em meio aos protestos contra o governo da Índia. Os manifestantes desafiaram o toque de recolher imposto por Nova Délhi, no Estado da Caxemira, em outro dia de manifestações contra o governo indiano na região do Himalaia.

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Longas colunas de manifestantes, carregando bandeiras verdes e negras, se reuniram numa prece na cidade de Khrew, que fica ao sul da capital da Caxemira indiana, Srinagar. O ministro do Interior da Índia, Palaniappan Chidambaram, fez um apelo aos manifestantes para que encerrem os protestos. O governo indiano disse estar pronto ao diálogo com os habitantes da Caxemira, único Estado do país onde a maioria da população é muçulmana.

O governo de Nova Délhi enviou reforços militares à região para ajudar o governo estadual a lidar com a crescente violência, que irrompeu após choques entre as multidões e policiais paramilitares. Pelo menos 46 pessoas foram mortas nas últimas sete semanas.

Hoje, os milhares de manifestantes prestaram tributo aos sete mortos pela polícia em Khrew, no domingo. Os policiais mataram a tiros os manifestantes que tentavam invadir uma delegacia da polícia. Os manifestantes gritaram “Índia, vá embora” e “vamos levar balas nas nossas cabeças, mas não vamos desistir”. Segundo a polícia, não foram registrados incidentes na manifestação em Khrew.

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Maoistas

Supostos insurgentes maoistas emboscaram policiais e provocaram uma explosão numa rodovia, em ataques separados no leste da Índia, matando 9 pessoas, informou a polícia hoje. Pelo menos quatro policiais, que estavam em missão de patrulha numa área florestal perto de Kirandul, um vilarejo no Estado de Chhattisgarh, foram mortos a tiros, disse um policial, sob anonimato.

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A emissora CNN dos EUA disse que outros 75 policiais estavam combatendo insurgentes na área florestal e precisaram de reforços. No Estado vizinho de Jharkhand, supostos insurgentes colocaram uma mina numa rodovia no distrito de Giridh, que explodiu quando uma caminhonete passou sobre o artefato.

A explosão foi tão forte que destruiu completamente o veículo e foi difícil identificar os corpos das vítimas, disse um policial. Os cinco homens mortos, empregados de um banco, voltavam do trabalho. O ataque contra o veículo aconteceu no final de uma greve geral de dois dias convocada pelos maoistas, em Jharkhand.

Atualmente, os insurgentes maoistas, que conduzem uma guerra de mais de 40 anos contra o governo indiano, estão presentes em 20 dos 28 Estados do país e devem ter uma força de combate estimada entre 10 mil e 20 mil pessoas, de acordo com o Ministério do Interior indiano.