Cerca de 9 mil pessoas fizeram uma passeata até o escritório de representação do governo da China, hoje, em Hong Kong, pedindo democracia ampla ao centro financeiro semiautônomo. Cantando “um homem, um voto para escolher nosso líderes” e portando cartazes pedindo “democracia agora”, os manifestantes partiram de uma movimentada rua no centro financeiro.
Dezenas de manifestantes tentaram, mas não conseguiram passar por um cordão policial em torno do complexo do governo chinês. Eles fizeram um protesto pacífico, ao qual se uniram centenas de outras pessoas.
A significativa adesão ao protesto no dia de ano-novo – segundo a polícia, 9 mil pessoas participaram da manifestação – foi um estímulo para a oposição política de Hong Kong, que está tentando reativar o movimento pela democracia num momento em que os residentes estão mais preocupados com questões econômicas.
Cinco legisladores pró-democracia planejam renunciar ainda este mês, esperando tornar as eleições especiais que eles vão desencadear em um referendo sobre a democracia.
Em seu pico, os protestos pró-democracia em Hong Kong atraíram centenas de milhares de pessoas. Em julho de 2003, 500 mil pessoas marcharam contra um projeto de lei de segurança nacional que muitos consideravam draconiano, forçando o governo de Hong Kong a arquivar o projeto.
A ex-colônia britânica foi devolvida à China em 1997 sob um sistema político separado que promete liberdades civis no estilo ocidental. A democracia está prometida na Constituição de Hong Kong, mas o governo da China determinou em 2007 que o território não pode eleger diretamente seu líder até 2017, nem seus legisladores até 2020.
O atual líder de Hong Kong foi escolhido por um comitê exclusivo formado por aliados de Pequim e apenas metade dos 60 legisladores do território são eleitos. Os demais são escolhidos por grupos de interesses especiais.
Os manifestantes disseram hoje que a agenda de Pequim para a democracia é muito lenta. Os ativista argumentam há anos que a abastada cidade de 7 milhões de habitantes é suficientemente madura para escolher seus próprios líderes.