Milhares de trabalhadores em vários países da Europa protestam hoje contra os planos de corte de gastos públicos adotados por membros da União Europeia (UE). Em Bruxelas, capital da Bélgica e sede da UE, a polícia fortaleceu a segurança em frente a bancos e lojas, além de cercar a sede do bloco europeu, onde líderes trabalhistas esperam reunir até 100 mil pessoas, de 30 países. A polícia belga não forneceu dados sobre o número de pessoas que já estão nas ruas da capital, mas sindicalistas e observadores estimam que o número de 100 mil deve ser alcançado. Esta é a maior manifestação na cidade desde 2001, quando 80 mil pessoas invadiram a capital belga.
A polícia informou que 148 pessoas já foram detidas preventivamente, segundo o porta-voz Christian de Coninck, que descreveu os presos como “encrenqueiros que carregavam objetos que não fazem parte da manifestação”. O presidente do sindicato francês CGT, Bernard Thibault, defendeu que o plano dos manifestantes é “evitar que uma crise social sem precedentes se some à crise financeira, fazendo com que os trabalhadores arquem com o custo”. “Estamos aqui para dizer ‘não’ ao vários planos de austeridade adotados pelos governos ou pelas instituições europeias”, disse Thibault, no início da manifestação.
Na Espanha, manifestantes entraram em confronto com a polícia, enquanto os sindicatos locais decidiram lançar uma greve geral de 24 horas contra as reformas econômicas no país e no bloco europeu. A greve já provocou problemas no transporte público durante o horário de pico da manhã e forçou as empresas aéreas a cancelar voos. Na Espanha, os sindicatos afirmaram que 70% dos trabalhadores aderiram à paralisação, informa o jornal El País em seu site. O governo afirmou que a greve “transcorre com normalidade”, mas o transporte público opera em níveis mínimos, segundo o diário.
Milhões de empregos foram extintos no bloco europeu e muitos outros podem desaparecer, conforme os governos elevam os cortes no orçamento. Na Espanha, por exemplo, um em cada cinco trabalhadores está desempregado. O protesto desta quarta-feira é feito no momento em que a UE discute um plano para punir com multas os governos que mantêm déficits acima do permitido pelo bloco.
As propostas detalhadas sobre esse tema foram divulgadas nesta quarta-feira, pelo braço executivo do bloco que reúne 27 nações, a Comissão Europeia. Os ministros de Finanças da UE também se preparam para uma reunião nesta quinta-feira, em Bruxelas. As informações são da Dow Jones.