Protesto contra apagão deixa dois mortos no Iraque

Pelo menos duas pessoas morreram e 19 ficaram feridas durante a onda de protestos no Iraque contra a recorrente falta de energia no país durante o verão. Diante das manifestações, o ministro de Eletricidade, Karim Wahid, apresentou hoje sua renúncia. “Com coragem, eu declaro que ofereci minha renúncia ao cargo”, anunciou Wahid à televisão estatal, atendendo a uma das exigências dos manifestantes. “Estou pronto para fazer o que o primeiro-ministro (Nuri al-Maliki) quiser, com o objetivo de atender melhor o povo iraquiano”, afirmou.

Os iraquianos estão irritados com a falta de serviços básicos para enfrentarem o extremo calor do verão, que atinge temperaturas entre 40ºC e 50ºC. Nesta segunda-feira, a polícia usou canhões de água no sul do Iraque para dispersar manifestantes que jogavam pedras contra eles, durante um protesto contra cortes de energia. A manifestação, na cidade de Nassíria, ocorreu dois dias depois de um protesto semelhante ter se tornado violento e resultado na morte de duas pessoas em Basra.

Pedindo a saída do Ministro de Eletricidade do Iraque e de outras autoridades, os manifestantes atiraram pedras e pedaços de madeira e entraram em confronto com as forças de segurança, ao tentarem quebrar um bloqueio que protege o complexo do governo local em Nassíria. Os policiais, com escudos, se alinharam atrás das barreiras vermelhas e amarelas e de uma fileira de arame farpado. Eles jogaram água nos manifestantes com canhões de água instalado em veículos blindados. Pelo menos 14 policiais e quatro manifestantes ficaram feridos, informou a polícia.

Acusações

Antes da apresentação da renúncia de Wahid, o Ministério de Eletricidade acusou o Irã por responsabilidade parcial na escassez de energia que desencadeou os protestos nas regiões central e sul do Iraque. Segundo o ministério, o Irã parou de abastecer a rede nacional iraquiana com os 250 megawatts que eram anteriormente enviados, segundo a tevê estatal do Iraque. Não havia mais detalhes disponíveis sobre o suposto desabastecimento.

Os tumultos também aumentaram as preocupações de que a crescente raiva da população com a falta de serviços básicos possa ameaçar a estabilização do Iraque, apesar das melhorias no setor de segurança. Com informações da Dow Jones.