O governo chinês anunciou o afastamento de dois dirigentes do Partido Comunista da cidade de Weng’an, na província de Guizhou, sudoeste chinês. Eles são acusados de terem agido com "severa negligência" diante da manifestação de 30 mil pessoas, ocorrida no final de semana, contra a conclusão da investigação sobre a morte de uma adolescente de 17 anos.
Na avaliação da cúpula do Partido Comunista em Guizhou, os afastados poderiam ter evitado o protesto se tivessem dado informações e se "comunicado de maneira adequada" com a população quando apareceram os primeiros sinais de descontentamento.
O corpo da estudante Li Shufen foi encontrado em um rio da cidade de Weng’an no dia 22 de junho. No dia 28, a população se rebelou contra a conclusão do inquérito policial, segundo o qual a adolescente cometeu suicídio. A família sustenta que ela foi estuprada e assassinada e que a polícia está protegendo os três suspeitos, que teriam ligações com dirigentes locais do Partido Comunista.
Segundo a agência oficial de notícias Nova China, o protesto deixou 150 policiais e civis feridos e 40 carros policiais incendiados. Na terça-feira, o governo da província de Guizhou anunciou a reabertura das investigações e enviou dez especialistas para conduzir os trabalhos em Weng’an. De acordo com a autópsia mais recente, conclui-se que a jovem morreu afogada e que ela não foi violentada.