Um promotor francês recomendou hoje que o ex-primeiro-ministro Dominique de Villepin seja condenado por sua participação numa campanha de difamação contra o presidente Nicolas Sarkozy. O promotor Jean-Claude Marin pediu que Villepin permaneça em liberdade condicional por 18 meses e pague uma multa de 45 mil euros (US$ 64.370). Ainda não foi definida uma data para o veredicto.

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O tribunal parisiense investiga quem estava por trás de uma campanha para desacreditar Sarkozy em 2004, quando ele ainda era ministro e tinha intenção de chegar à presidência. Sarkozy disse que a campanha de difamação tinha como objetivo impedir sua candidatura para presidente em 2007. Ele abriu um processo afirmando acreditar que Villepin era “o instigador primário” por trás da campanha.

O advogado de Sarkozy, Thierry Herzog, disse que o processo mostra que Villepin, “com sua falta de ação, deixou a ação fraudulenta continuar”.

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Villepin, que também era ministro na época, negou ter orquestrado o complô e disse que Sarkozy está usando o julgamento para fins políticos.

O caso é de 2004, quando tanto Sarkozy quanto Villepin lideravam as expectativas dos conservadores para suceder o então presidente Jacques Chirac.

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Tudo começou com uma misteriosa lista de supostos clientes que manteriam contas secretas numa câmara de compensação de Luxemburgo. Além de Sarkozy, faziam parte da lista outros políticos e empresários franceses. As contas teriam sido criadas para o recebimento de subornos provenientes da venda de navios de guerra para Taiwan, realizadas em 1991.

Villepin recebeu a lista e pediu a um general da reserva que a investigasse. O documento era uma fraude, mas quando isso foi provado ele já havia sido divulgado.