Uma manifestação programada por líderes da oposição no Irã em apoio aos levantes ocorridos em países árabes é um ato político que tem como objetivo dividir os iranianos, afirmou hoje o promotor-geral Gholam Hossein Mohseni Ejeie. “Isto é um ato político. Essas pessoas se afastaram do povo e querem dividir os iranianos”, disse ele, segundo a agência de notícias Ilna.
O promotor fez referência a Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karroubi, dois dos principais líderes da oposição no Irã, que pediram permissão às autoridades para realizar, no dia 14, uma manifestação em solidariedade aos protestos no Egito e na Tunísia. Mohseni Ejeie disse que se os dois líderes querem apoiar os levantes árabes deveriam se unir à manifestação do dia 11 – endossada pelo governo – e que marca o aniversário da revolução islâmica de 1979.
Apesar da crítica do promotor, outras autoridades iranianas já demonstraram seu apoio aos manifestantes egípcios. O líder supremo aiatolá Ali Khamenei chegou a pedir o estabelecimento de um regime islâmico no Egito, que é o país árabe mais populoso do mundo.
Alguns observadores acreditam que a manifestação planejada por Mousavi e Karroubi é uma forma de reunir seus partidários e realizar protestos contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad que, segundo a oposição, venceu a eleição presidencial de 2009 de forma fraudulenta.
Mousavi foi primeiro-ministro e Karroubi ocupou duas vezes o cargo de presidente da Câmara. Os dois deram início a uma das piores crises da história da república islâmica quando convocaram grandes manifestações contra a reeleição de Ahmadinejad. Chamando o movimento de “novo discurso”, a oposição diz que busca “colocar um fim ao governo e introduzir paulatinamente a meritocracia” no Irã. As informações são da Dow Jones.