A Câmara Baixa do parlamento indiano aprovou hoje um projeto civil de responsabilidade nuclear, medida que vai facilitar a aprovação do Acordo de Cooperação Nuclear Civil Índia-Estados Unidos, que tem sido alvo de críticas de partidos da oposição.
O projeto foi aprovado depois de o governo ter aceitado as recomendações de um painel parlamentar para triplicar a responsabilidade por acidentes para 15 bilhões de rupias (US$ 321,5 milhões). A lei deve ser aprovada pela Câmara Alta do parlamento. O acordo foi assinado em 2008 e dará à Índia acesso à tecnologia nuclear privada norte-americana.
Com a aprovação da lei, o primeiro-ministro Manmohan Singh torna-se mais forte politicamente, demonstrando uma forte determinação para a aceitação do acordo antes da visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no final deste ano.
A lei vai permitir que empresas norte-americanas entrem na competição com rivais estatais europeias para atender o objetivo indiano de aumentar em 13 vezes a geração de energia nuclear no país até 2032.
Singh disse que o acordo nuclear não vai prejudicar a soberania da Índia, mas vai abrir uma série de oportunidades comerciais. “Ela vai permitir que a Índia entre no comércio nuclear com outros países para aumentar suas opções de desenvolvimento e assim alcançar suas necessidades de energia”, disse Singh, no Parlamento.
A questão a responsabilidade por acidentes é muito importantes na Índia, onde o vazamento de gases tóxicos de uma fábrica da Union Carbide, localizada em Bhopal, em 1984, matou milhares de pessoas. A Índia já assinou acordos de tecnologia nuclear civil com a GE Hitachi Nuclear Energy, Westinghouse Electric e com a francesa Areva. As informações são da Dow Jones.