Projeto britânico pretende monitorar tráfico na web

O Reino Unido pretende instalar um número não divulgado de artefatos de espionagem na rede de telecomunicações do país para monitorar o uso que os britânicos fazem de serviços sediados no exterior, como Facebook e Twitter, segundo relatório publicado nesta terça-feira pelo Comitê de Segurança e Inteligência do Parlamento.

Os artefatos, chamados de “probes” (inquéritos ou investigações) no relatório, tem como objetivo justificar o regime nacional de vigilância que pretende registrar praticamente tudo o que os britânicos fazem online, de ligações pelo Skype para familiares a visitas a sites pornográficos. O governo argumenta que o rápido acesso aos dados de comunicação é muito importante para a luta contra o terrorismo e outros crimes de alto nível.

As autoridades têm se esforçado para enfatizar que não buscam acesso irrestrito ao conteúdo de e-mails ou gravações de ligações telefônicas, mas sim no que descreveram como informações “fora do envelope”: quem envia a mensagem, onde e como ela é enviada e quem as recebe.

Um desafio importante para o governo tem sido extrair essas informações de outros provedores de serviços – empresas sediadas no Vale do Silício ou em outros locais que podem não se sentir obrigados a atender os pedidos da agência de espionagem britânica. Será nesses casos, afirmou o comitê, que os artefatos de vigilância vão atuar.

“É importante para as agências que haja meios para acessar dados de comunicação de provedores serviços de comunicação do exterior”, diz o documento.

Os parlamentares disseram que as investigações vão usar “inspeção profunda de pacotes”, chamados dessa forma porque permitem que aqueles que interceptam os pacotes de dados vasculhem seu conteúdo.

Os serviços que podem ser alvo do sistema de investigação não foram identificados, embora Facebook, Twitter, Hotmail e Google Chat sejam populares entre os britânicos e tenham sido listados em outras partes do relatório.

Os planos de vigilância ainda são um projeto e o documento traz várias críticas às propostas do governo. No geral, faz críticas às acusações dos opositores de que o sistema é impraticável ou opressivo, advertindo que o ritmo das mudanças tecnológicas em breve “terão um sério impacto sobre as agências de inteligência e segurança”, a menos que novos poderes para supervisão sejam introduzidos. As informações são da Associated Press.

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