Ameaçado por possíveis ataques militares israelenses em razão de suas instalações nucleares, o Irã recebeu apoio de mais de cem nações em sua iniciativa para proibir esse tipo de ofensiva. O Movimento dos Países Não-Alinhados, com 118 integrantes, apoiou Teerã em uma carta enviada à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O governo iraniano planeja enviar uma resolução sobre o tema à entidade no mês que vem. Mas enquanto o país aponta que o texto será genérico, a medida é claramente dirigida contra Israel e, em certa medida, os Estados Unidos.
Os dois países não descartam atacar o Irã como último recurso caso a comunidade internacional não consiga impedir Teerã de congelar suas atividades nucleares. O Irã já desafiou três rodadas de sanções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que pressiona pelo fim do processamento de urânio. Teerã insiste que seu programa de enriquecimento de urânio tem apenas a função de produzir combustível, não armas nucleares.
A conferência geral da AIEA está marcada para 14 de setembro. Apesar de suspeitas de possuir armas nucleares, Israel se recusa a confirmar ou a negar a suposição. Neste ano, seus rivais devem novamente pressionar para a abertura das instalações israelenses para os monitores da AIEA.
Ameaça
Já o presidente da França, Nicolas Sarkozy, ameaçou Teerã com sanções “severas” caso o país continue com seu programa nuclear. Sarkozy também criticou a repressão aos protestos pós-eleição presidencial no país. “Esses são os mesmos líderes, no Irã, que dizem que o programa nuclear é pacífico e as eleições foram honestas. Francamente, quem acredita neles?”, questionou Sarkozy. As eleições iranianas de 12 de julho foram marcadas por acusações de fraude. Além disso, houve críticas internacionais à dura repressão aos protestos de dissidentes.