A Procuradoria Anticorrupção do Peru solicitou o testemunho de três ex-presidentes do país e de outras 72 pessoas no âmbito da investigação sobre o suposto pagamento de subornos milionários pela empresa brasileira Odebrecht a funcionários públicos.

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A presidente do Conselho de Defesa Jurídica do Estado, Julia Príncipe, disse em entrevista coletiva que, além das declarações dos ex-presidentes Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala – que governaram entre 2001 e 2016 -, a Procuradoria Anticorrupção também pediu à promotoria que convoque o ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht e Jorge Barata, que foi gerente da empresa no Peru.

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A autoridade apontou que entre as pessoas que devem depor também há ex-ministros, ex-presidentes do Congresso, ex-governadores e ex-prefeitos de localidades onde a construtora brasileira desenvolveu projetos. As irregularidades cometidas pela Odebrecht custaram ao Peru ao redor de US$ 283 milhões, disse na quarta-feira a Controladoria.

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“Dos 23 projetos em que participou a Odebrecht, com US$ 16,940 bilhões envolvidos, se revisaram 16 projetos onde se comprometiam US$ 11,271 bilhões e, após os trabalhos de controle, foi determinado um suposto prejuízo econômico de US$ 283 milhões”, afirmou o controlador Edgar Alarcón em entrevista coletiva.

As autoridades peruanas trabalham para avaliar os danos que a Odebrecht pode ter infligido ao país andino desde que ela reconheceu subornos para funcionários não identificados no Peru e em outras nações da região, em um acordo de US$ 3,5 bilhões firmado nos EUA.

A Odebrecht conseguiu 23 contratos públicos pelo valor de ao menos US$ 16,940 bilhões no Peru entre 1998 e 2015, dos quais 16 foram auditados ao longo dos anos, disse a Controladoria. As autoridades investigam o suposto pagamento de subornos de US$ 29 milhões no Peru.

Em dezembro, a Odebrecht e seu braço petroquímico Braskem se declararam culpadas de pagar subornos em dez países da América Latina e dois da África, após uma investigação no Brasil de uma grande rede de corrupção.

O governo e a promotoria do Peru solicitaram informações aos EUA, ao Brasil e à Suíça sobre os US$ 29 milhões em subornos que a Odebrecht reconheceu ter pago a funcionários entre 2005 e 2014 para garantir obras públicas. O governo peruano anunciou que a construtora brasileira não poderá participar de futuras licitações de obras. Fonte: Associated Press.