Dois dias depois de o último ditador argentino, o general Reynaldo Bignone, ser condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade, os argentinos comemoram hoje os 25 anos do início do julgamento dos principais líderes das juntas que governaram o país durante a ditadura militar (1976-1983). O inédito julgamento de ex-ditadores na América Latina foi chamado de “o Nuremberg argentino” e alimentou o ativismo de grupos de defesa dos direitos humanos, como as Mães da Praça de Maio, que seguem nas ruas exigindo punição para os líderes da repressão.

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Na ocasião, as principais figuras da ditadura, entre elas os generais Jorge Rafael Videla, Roberto Viola, Leopoldo Galtieri e o almirante Emilio Massera, sentaram no banco dos réus para responder a acusações de sequestros, torturas, detenções ilegais em campos clandestinos, roubo de bens e o assassinato de 30 mil civis, além do desaparecimento da maior parte dos cadáveres.

Para dar agilidade ao gigantesco processo, o promotor Julio César Strassera selecionou 280 “casos paradigmáticos”, entre os 709 apresentados pela promotoria. Videla e o almirante Massera foram condenados à prisão perpétua, enquanto o general Viola recebeu sentença de 17 anos. O julgamento, iniciado em abril, foi concluído em dezembro de 1985. No entanto, uma série de rebeliões militares paralisaram as investigações.

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