A polícia indiana deteve nesta terça-feira o ativista Anna Hazare, de 73 anos, que ameaçava iniciar hoje uma greve de fome contra a corrupção no governo. Hazare, contudo, disse que irá jejuar na prisão e milhares de seus simpatizantes iniciaram protestos ao redor da Índia. A polícia deteve mais de dois mil, mas os manifestantes pediram por uma greve geral na quarta-feira. Vestido apenas com túnicas e calças de algodão, Hazare virou um ícone na luta contra a corrupção na Índia.

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Em abril, Hazare fez uma greve de fome de quatro dias que forçou o governo federal indiano a redigir um projeto de lei contra a corrupção, o qual criará uma agência anticorrupção. Ele planejava começar hoje outra greve de fome pública para pressionar por um projeto de lei mais forte, que submetesse todos, inclusive o primeiro-ministro e o judiciário, à autoridade da agência a ser criada. Isso parece ter irritado o governo.

O ministro do Interior da Índia, Palaniappan Chidambarma, disse que a polícia impediu o protesto desta terça-feira porque os organizadores se recusaram a limitar o número de participantes e também dos dias em que fariam greve de fome. “Protestos são totalmente autorizados e bem-vindos, mas é preciso que eles aconteçam sob condições razoáveis”, disse o ministro Chidambarma.

Hazare disse que prosseguiria com a greve de fome de qualquer maneira, mas foi detido na manhã de hoje em um parque de Nova Délhi. Seus simpatizantes exibiram um vídeo que o ativista gravou antes, antecipando a própria detenção. “Meus concidadãos indianos, a segunda batalha pela liberdade começou e agora eu fui preso. Mas esse movimento será impedido pela minha prisão? Certamente não. Não deixem isso acontecer” ele disse no vídeo.

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Milhares de indianos protestaram hoje ao redor do país, com faixas pedindo a “revolução contra a corrupção”. A polícia deteve 1.200 manifestantes em Nova Délhi e 3.000 em Mumbai. A maioria foi liberada logo depois. No Estado de Maharasthra, onde Hazare nasceu, centenas de pessoas bloquearam rodovias e ruas em protesto.

As informações são da Associated Press.

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