O grupo militante islâmico mais poderoso da Somália afirmou hoje que não é o responsável pelo ataque à bomba durante a cerimônia de graduação em uma universidade local ontem, que matou 22 pessoas. O ministro de Segurança somaliano, Abdullahi Muhammad Ali, porém, culpou os militantes pelo atentado em Mogadiscio.

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“A investigação ainda está em andamento para descobrir evidências de quem pode estar por trás do ataque, mas já sabemos que isso é trabalho do Al-Qaeda por meio do grupo afiliado Al-Shabab, por causa da natureza do ataque e das táticas utilizadas”, disse o ministro de Segurança.

O porta-voz do grupo Al-Shabab, xeque Ali Mohamud Rage, negou a acusação. “Não tivemos nada a ver com o ataque e estamos muito tristes com isso”, disse. Ele culpou o governo por promover o ataque.

O Al-Shabab já assumiu a responsabilidade por ataques suicidas no passado e nunca negou ter realizado um ataque. Mas grupos militantes costumam se distanciar de atentados que matam um grande número de civis – ataques que podem causar ultraje popular.

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O ataque ocorrido ontem durante uma formatura em um hotel na capital somaliana matou estudantes de medicina, médicos, jornalistas e três ministros de Estado. Autoridades do governo enterraram hoje os três ministros – da Educação, da Educação Superior e da Saúde – mortos no atentado.

A cerimônia marcava a graduação de alunos de Medicina, Ciências da Computação e Engenharia e ocorria no Hotel Shamo de Mogadiscio. Era a graduação da segunda turma de profissionais formada na Somália desde 1991, quando o país mergulhou na anarquia. A primeira turma foi graduada no ano passado.

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O primeiro-ministro da Somália condenou fortemente o ataque, afirmando que foi uma afronta para matar aqueles “cujo único objetivo na vida era ajudar os mais necessitados em nosso país”. O presidente, xeque Sharif Sheik Ahmed, está chamando o bombardeio de uma ideia importada para evitar que a Somália conquiste a paz.

O ataque de ontem levantou novas dúvidas sobre a capacidade de o governo local controlar a pequena área de Mogadiscio onde atua. Tropas africanas protegendo o governo travam batalhas quase diárias pelo controle de boa parte do centro e do sul do país.

Insurgentes tentam derrubar o governo apoiado pelo Ocidente e instaurar um regime islâmico na Somália. A Somália não tem governo central desde 1991, quando senhores da guerra derrubaram o ditador Mohamed Siad Barre e depois voltaram-se uns contra os outros.