Primeiro-ministro japonês critica regulador nuclear

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, criticou a agência de segurança nuclear do país por ter agido como uma promotora, em vez de uma reguladora, deste tipo de recurso. Em um fórum de energia, Kan afirmou que a Agência de Segurança Nuclear e Industrial tentou manipular a opinião pública na cidade para promover a energia nuclear.

Kan disse que o escândalo que sucedeu o terremoto e o tsunami de março, quando o complexo de Fukushima Dai-ichi sofreu danos severos, revelou o cômodo relacionamento entre a agência reguladora e a indústria, o que precisa ser corrigido. A opinião pública sobre a energia nuclear mudou bastante no Japão, desde os desastres de 11 de março. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também criticou o sombrio sistema de regulação nuclear japonês.

Pesquisa secreta

O jornal japonês Asahi Shimbun publicou hoje reportagem afirmando que o ministério de relações exteriores do Japão realizou em 1984 um estudo sobre possíveis cenários para um ataque às usinas nucleares do país. O Asahi observou que o governo não divulgou o estudo quando foi concluído, pois temia alimentar um sentimento antinuclear.

Em relatório de 63 páginas resumindo os resultados do estudo, o ministério concluiu que o Japão perderia toda a energia se seus reatores nucleares e seus vasos de contenção fossem destruídos em um eventual ataque. As emissões de radiação resultantes poderiam matar 18 mil pessoas, segundo o estudo.

O Asahi não menciona se o cenário partiu do princípio de que apenas um reator seria atacado ou se trabalhou com a possibilidade de mais unidades serem prejudicadas. Tampouco revelou como obteve o relatório ou quais são suas fontes. O estudo teria sido realizado depois que Israel atacou a usina nuclear do Iraque, em 1981. Este foi o primeiro levantamento do tipo a ser revelado. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

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