O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al Maliki, anunciou nesta quarta-feira eleições legislativas antecipadas para solucionar a crise política que o país atravessa, embora não tenha definido datas.

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Em comunicado, o escritório de Maliki explicou que “o primeiro-ministro se viu obrigado a convocar eleições antecipadas, nas quais o povo iraquiano terá a chave para resolver a situação política e conquistar a experiência democrática”.

Além disso, o governante criticou as “tentativas” do presidente do Parlamento, Osama al Nuyaifi, centralizar o poder legislativo em si e em seu grupo (Al Iraqiya), uma atuação que, segundo o chefe de Governo, “não é neutra nem profissional”.

Na nota, Maliki lembrou que Nuyaifi assinou em dezembro de 2010 o acordo de Erbil, que permitiu a formação do governo, como presidente do Parlamento e não como representante de um partido.

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O primeiro-ministro destacou ainda que o Executivo está comprometido com as reformas e é a favor de que o Parlamento as supervisione, como exige a Constituição, “desde de que esse controle esteja longe de considerações políticas e responda ao interesse da pátria e do povo”.

Com esses argumentos, o primeiro-ministro voltou a sugerir a abertura de um diálogo nacional que permita reformar as instituições do Estado.

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A troca de acusações entre o governo de Maliki, líder da coalizão Estado de Direito, e a aliança opositora Al Iraqiya, liderada pelo ex-primeiro-ministro Ayad Allawi, aumentou nos últimos meses.

A polêmica se dá sobretudo em temas relacionados à administração do país, à tomada de decisões e ao petróleo.

Aos pontos de discordância se soma o caso do vice-presidente sunita, Tareq al Hashemi, dirigente de Al Iraqiya que se encontra na Turquia depois que a Justiça iraquiana emitiu, em dezembro de 2011, uma ordem de detenção contra ele por supostos delitos de terrorismo.

A crise política se intensificou depois que, no final de maio passado, a Al Iraqiya lançou uma iniciativa para que o Parlamento retirasse o voto de confiança ao Executivo, movimento que fracassou por falta de apoio.

O gabinete atual foi constituído em 21 de dezembro de 2010, após mais de nove meses de um hiato gerado pelas divergências entre as diferentes forças após os concorridos resultados das eleições parlamentares de março daquele ano.

A aliança ganhadora foi Al Iraqiya, que, com 91 das 325 cadeiras do parlamento, não obteve a maioria suficiente para formar governo.

O bloco Estado de Direito, de al Maliki, conquistou esse objetivo ao aliar-se com a Aliança Nacional Iraquiana, do ex-primeiro-ministro xiita Ibrahim al-Jaafari.