O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, encerrou sua campanha eleitoral nesta sexta-feira com um discurso no qual pediu renovação nacional e que os cidadãos ignorem os políticos tradicionais do país que, segundo ele, estão sendo abalados pelo medo com uma crise que eles mesmos criaram.
“Eles me chamaram, e então se recusaram a se juntar ao meu governo”, afirmou Monti em um discurso em Florença. Ele foi escolhido líder de um governo emergencial bipartidário no fim de 2011, quando os custos dos empréstimos soberanos estavam em níveis insustentáveis.
Monti observou que o Banco Central Europeu (BCE) revelou nesta semana a escala de suas compras de títulos do governo italiano para salvar o país naquele ano, e que a Comissão Europeia já tinha aprovado sexta-feira o plano de seu governo de consolidação fiscal e assinalou que a economia iria em breve começar a crescer novamente. “Nós pagamos um preço alto para manter nosso lugar total na Europa”, afirmou.
Com as eleições nacionais previstas para serem realizadas no domingo e na segunda-feira, ele está agora comandando uma coalizão com dois partidos pequenos tradicionais, um de centro e outro de direita, e um grupo de candidatos, que inclui desde o mundo corporativo e outros campos agrupados, sob a bandeira “Escolha Cívica”.
As pesquisas de opinião sugerem que Monti não conseguiu ganhar a atenção do público e que ele deverá ficar em quarto lugar, com entre 10% e 15% do voto nacional. Ele pode, no entanto, conseguir, desempenhar um papel em uma coalização após a eleição. “Eu estou aqui para fazer um pedido preciso”, disse Monti. “O ‘voto útil’ é para a Escolha Cívica.” A complexa lei eleitoral da Itália gerou o conceito de “voto útil”, no qual os cidadãos não votam em seus candidatos favoritos, mas sim para bloquear seus adversários em um cálculo complexo de coalizões possíveis. As informações são da Dow Jones.