O primeiro-ministro da França, Edouard Philippe, conquistou um voto de confiança na Assembleia Nacional nesta terça-feira, com uma esmagadora vantagem, após ter prometido trazer o déficit orçamentário do país para o limite de 3%, imposto pela União Europeia, ainda neste ano, sem aumentar tarifas.
Aos legisladores, Philippe comentou que a dívida da França atingiu um “nível insuportável”, que colocou o país “à mercê dos mercados financeiros”. Ele disse que haverá cortes nas despesas, mas prometeu não aumentar impostos. Com isso, com 370 votos a 67, Philippe ganhou o voto de confiança da Assembleia Nacional francesa, contando com os votos tanto dos partidários do presidente Emmanuel Macron quanto de alguns legisladores conservadores.
Segundo o premiê, os eleitores franceses, ao escolherem Macron, mostraram que “estão apegados à União Europeia e ao euro”. Para ele, a população francesa deseja uma Europa mais concreta, menos exigente e mais protetora. Philippe também detalhou a agenda do governo nos próximos meses e anos, afirmando que deseja aumentar o preço de um maço de cigarros de 7 euros para 10 euros. Ele também deu apoio à reforma trabalhista que Macron prometeu aprovar ainda neste ano, que visa impulsionar a criação de empregos, já que o desemprego francês está em torno de 10% há anos. Os sindicatos, no entanto, temem que a reforma tire as proteções dos trabalhadores que foram conquistadas durante anos.
Na próxima semana, o governo descreverá novas medidas para lidar com a crise migratória na Europa, buscando um equilíbrio entre ajuda aos refugiados e controle à imigração ilegal, disse Philippe. O governo francês deseja reduzir o procedimento de pedido de abrigo de 14 meses para até 6 meses. Em um esforço para continuar lutando contra terroristas, o orçamento militar da França no próximo ano aumentará os gastos com defesa para 2% do PIB até 2025.
A legisladora Marine Le Pen, do partido de extrema-direita Frente Nacional, que perdeu as eleições presidenciais para Macron, afirmou que os planos econômicos do presidente produzirão “consequências muito duras para o poder de compra” dos cidadãos franceses. Ela também criticou o governo por se submeter às demandas da UE em relação à redução dos gastos públicos. “Nós sabemos o que isso significa: o desaparecimento progressivo e contínuo dos serviços públicos”, afirmou. Fonte: Associated Press.