O primeiro dos 33 mineiros presos a quase 700 metros de profundidade em uma mina no deserto do norte do Chile deve chegar à superfície nas últimas horas de hoje, informou o ministro da Mineração, Laurence Golborne. O ministro disse que o resgate começará “no último quarto” do dia. Com isso, o processo pode ser adiantado, já que inicialmente a previsão inicial era de que ele começaria à meia-noite. Agora, a informação é de que o processo de resgate deve começar às 20h (de Brasília).
Os mineiros estão presos a 69 dias na mina, desde que um acidente impediu que eles deixassem o local. Golborne não identificou qual será o primeiro mineiro a subir até a superfície. Nas próximas horas, deve chegar à área da mina o presidente do Chile, Sebastián Piñera.
As famílias dos 33 mineiros estão no Acampamento Esperança. Após mais de dois meses de espera, sob o olhar constante de dezenas (e agora centenas) de jornalistas, a convivência se tornou dura e há divisões cada vez mais claras na área, localizada no deserto do Atacama. A poucas horas do início do resgate, o ambiente não é só de festa e alegria. Alguns familiares fogem da imprensa, dizendo estar cansados de responder sempre as mesmas perguntas.
Alberto Iturra, chefe dos psicólogos que atendem os 33 mineiros e suas famílias, disse ter recomendado às famílias que descansem para receber em suas casas os trabalhadores. Iturra notou que tanto os mineiros como as famílias agora terão que se reajustar à “vida normal”.
“Aqui em cima a tensão é maior que embaixo. Ali estão tranquilos, trabalhando”, comparou Verónica Ticona, irmã de Ariel Ticona, de 29 anos, um dos homens presos. Reservadamente, parentes comentam sobre algumas brigas entre membros da mesma família ou com outras, por motivos que vão desde quem tem acesso às teleconferências com os mineiros até quem recebe cartas, ou por causa do assédio da imprensa. Também por quais serão os parentes que receberão em um primeiro momento os mineiros. As autoridades determinaram que podem recebê-los no máximo três pessoas por família.