PRI lidera eleições no México, mas sofre duras derrotas

O Partido Revolucionário Institucional (PRI) aparece com vantagem na maioria das disputas para eleger governadores em 12 Estados do México. No entanto, deve perder em pelo menos três de suas bases históricas para uma inédita aliança entre direita e esquerda.

Doze dos 14 Estados que tiveram eleições ontem escolheriam governadores, e os resultados preliminares davam a vitória em pelo menos nove deles para o PRI. Em três, a aliança do Partido Ação Nacional (PAN), governista, e do esquerdista Partido da Revolução Democrática (PRD) tinha boas chances de vencer.

Os resultados preliminares, divulgados à 1 hora (de Brasília) desta madrugada, previam que o PRI vencesse em Aguascalientes, Chihuahua, Durango, Hidalgo, Quintana Roo, Tamaulipas, Tlaxcala, Veracruz e Zacatecas. O PRI já governava na maioria desses Estados, exceto em Aguascalientes e Zacatecas. Já o PAN e o PRD estavam à frente em Oaxaca, Puebla e Sinaloa, áreas onde o PRI pode perder pela primeira vez em oito décadas.

“Sendo realistas, o peso específico do PRI ficou ratificado como a primeira força do país”, afirmou ontem Beatriz Paredes, presidente nacional do PRI, à emissora Televisa. O partido tentará retomar a presidência em 2012, após perdê-la no início do século depois de sete décadas à frente do país.

Já o presidente do PAN, César Nava, preferiu enfocar as “vitórias históricas” de sua sigla em bases importantes do PRI. “Estamos tirando deles três Estados importantíssimos, em que o PRI governava havia 80 anos”, afirmou Nava, do mesmo partido do presidente Felipe Calderón. Segundo Nava, na campanha presidencial o PAN e o PRD devem se apresentar cada um com seu candidato.

Um dos triunfos do PRI ocorreu em Tamaulipas, onde seis dias antes da disputa foi assassinado o candidato do partido, Rodolfo Torre Cantú, provavelmente pelo crime organizado. O PRI acabou escolhendo Egídio Torre Cantú, irmão de Rodolfo, para substituí-lo na disputa.