A procuradoria do Estado mexicano de Tabasco anunciou hoje a prisão de quatro suspeitos de envolvimento no massacre da família de um fuzileiro naval em vingança pela morte do chefe do tráfico Arturo Beltrán Leyva. O procurador Rafael González informou, em entrevista coletiva, que os suspeitos são três homens e uma mulher que supostamente trabalhavam como informantes dos Zetas, grupo de mercenários associado ao Cartel do Golfo mas que nos últimos anos também estava ligado aos Beltrán Leyva.
A mãe, dois irmãos e uma tia do militar Melquisedet Angulo Córdova foram assassinados na passagem de segunda para ontem. O fuzileiro naval morreu durante o confronto com Beltrán Leyva, conhecido como “chefe dos chefes” do tráfico, e sete de seus pistoleiros no dia 16 em Cuernavaca, nas imediações da Cidade do México. O traficante e seis de seus homens também morreram.
Normalmente, o nome de militares que participam de ações desse tipo não é divulgado. Mas Angulo Córdova foi tratado como “herói nacional” pelo governo, o que acabou expondo seus parentes. Homens armados invadiram a casa do fuzileiro naval e mataram sua família. Segundo a polícia, foram encontradas mais de 80 cápsulas de balas na casa.
Horas antes do ataque, a mãe de Angulo Córdova havia recebido uma bandeira do México e a promessa de uma pensão vitalícia em uma homenagem ao fuzileiro morto. O presidente do México, Felipe Calderón, qualificou os assassinatos como “ato de covardia” e prometeu ampliar a guerra contra as drogas.
Segundo o procurador, os quatro suspeitos foram presos ontem à noite em um hotel de Villahermosa, capital do Estado de Tabasco. Ele acrescentou que os detidos transportavam dinheiro para pagar os mercenários que massacraram a família do militar. González disse que policiais também poderiam estar envolvidos nos assassinatos, mas não deu mais detalhes.
