Preso nos EUA suposto espião israelense

Autoridades dos Estados Unidos detiveram nesta terça-feira (22) Ben-Ami Kadish, um engenheiro americano acusado de entregar segredos militares para o governo de Israel na década de 1980. De acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, ele repassou documentos com informações sobre armas nucleares, jatos de combate e mísseis de defesa aérea americanos. Kadish trabalhou em um centro de engenharia do Exército americano em New Jersey e é suspeito de ter tido contato com Yosef Yagur, o mesmo agente do governo israelense ao qual se reportava Jonathan Pollard, outro espião israelense que cumpre prisão perpétua nos EUA.

Acusado de entregar uma grande quantidade de informações confidenciais, Pollard foi preso e condenado em 1986. Israel lhe concedeu cidadania em 1996 e, dois anos depois, reconheceu que Pollard era um espião. Desde então, o governo israelense vem tentando, sem sucesso, sua libertação. A prisão de Kadish e sua relação com o caso Pollard mostram que a rede de espionagem israelense nos EUA era maior do que até então havia sido divulgado. "Além de ser uma rede maior do que imaginávamos, eles conseguiam se ocultar muito bem", disse o procurador Joseph di Genova, que trabalhou no caso Pollard.

De acordo com o porta-voz do Departamento de Estado americano, Tom Casey, Washington questionará Israel sobre o caso. "Não é o tipo de comportamento que esperamos de um aliado", afirmou. Segundo os documentos do Departamento de Justiça, Kadish atuou como espião entre 1979 e 1985, mas seu contato com Tel-Aviv continuou até março deste ano. Funcionários do governo americano que efetuaram a prisão, informaram que Kadish não recebia dinheiro em troca das informações.

O governo israelense alegou desconhecer o caso. "Não sabemos de nada. Tudo o que ouvimos foi por meio da mídia", afirmou Arye Mekel, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel. Uma autoridade do Ministério da Defesa de Israel, que não quis se identificar, também negou o envolvimento israelense no caso. "Acho difícil acreditar que, depois do caso Pollard, nós recrutaríamos outro espião americano.

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