Autoridades mexicanas anunciaram que voltaram a prender Antonio Santiz, suspeito de ser o mentor intelectual de um massacre de dezenas de pessoas ocorrido em 1997 no sul do México. Santiz foi detido no sábado, quando os mexicanos marcaram o décimo aniversário das mortes. Ele foi formalmente acusado de roubo violento nos dias que antecederam o massacre de Acteal, no Estado mexicano de Chiapas, informaram autoridades locais por meio de um comunicado.

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Ele já havia sido preso em 2000 sob suspeita de responsabilidade pela matança, mas no ano seguinte um juiz retirou as acusações por falta de mérito. O secretário de Justiça de Chiapas, Amador Rodríguez Lozano, afirmou que Santiz é o suposto mentor intelectual do massacre e disse que o suspeito teria fornecido muitas das armas usadas no crime. Armados com machetes, simpatizantes locais do governo mataram 45 homens, mulheres e crianças em 22 de dezembro de 1997.

Na ocasião, o Estado de Chiapas estava dividido entre os setores ligados ao Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), que luta por mais autonomia e reconhecimento dos grupos indígenas locais, e grupos leais ao então governista Partido Revolucionário Institucional (PRI).

Autoridades mexicanas alegam que o massacre de Acteal foi resultado de uma disputa por terra entre comunidades indígenas tzotzis, mas familiares das vítimas afirmam que a chacina foi uma tentativa de esmagar os zapatistas, tendo contado inclusive com apoio de funcionários do governo, que teriam fornecido armas e treinamento aos assassinos.

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O processo transcorre lentamente na Justiça. Em outubro, 34 pessoas foram condenadas a 26 anos de prisão por cada uma das mortes. Outros réus foram condenados em 2002. Na semana passada, grupos de defesa dos direitos humanos reforçaram um pedido à Suprema Corte do México para que fosse investigada uma suposta manobra para acobertar os verdadeiros autores do crime.