Pelo menos 15 chefes de Estado de países da América Latina começaram a chegar hoje à capital da Colômbia, onde assistirão amanhã à posse do presidente eleito do país, Juan Manuel Santos.
O presidente do Uruguai, José Mujica, e o primeiro-ministro do Haiti, Jean-Max Bellerive, desembarcaram hoje em Bogotá. Após fazer uma breve saudação ao povo colombiano, no aeroporto, rumaram para hotéis no centro da capital colombiana, onde estão se hospedando a maioria das delegações.
Na manhã de hoje, o presidente que deixa o cargo, Alvaro Uribe, tomou um café de trabalho com Santos, no Palácio de Nariño. Os gabinetes de ambos os políticos participaram da reunião, que Santos, um economista de 58 anos, qualificou como “um inventário dos problemas que existem na Colômbia, feito com muita franqueza”. Ele não mencionou os problemas e acrescentou que “a verdade é que a Colômbia vai muito bem em várias frentes”.
A segurança foi bastante reforçada em Bogotá para a posse de Santos. Pelo menos 4 mil policiais foram levados de várias regiões da Colômbia à capital, onde se uniram aos 18,5 mil policiais que formam a força de segurança normal da cidade, informou o general Orlando Páez, diretor operacional da Polícia Nacional.
Santos começará o sábado participando de um ritual indígena na Serra Nevada de Santa Marta, no norte da Colômbia, feito pelos chefes espirituais das tribos arhuaco, kogui, wiwa e kankuamo, que vivem na região.
No total, 17 chefes de Estado da América Latina confirmaram presença na posse. Os Estados Unidos, mais próximo aliado da Colômbia, enviarão o general James L. Jones ao evento. Jones é o assessor de Segurança Nacional do presidente norte-americano Barack Obama.
Ontem, o governo colombiano manifestou descontentamento com o anúncio de que o presidente da Bolívia, Evo Morales, não irá à posse. “Em 28 de julho deste ano, foram enviados convites a todos os chefes de Estado de países que mantêm relações diplomáticas com a Colômbia”, indicou a chancelaria, em comunicado.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também estará ausente. Mas disse que enviará seu chanceler. Santos tomará posse para um mandato de quatro anos. Ele disse esperar uma melhora nas relações com a Venezuela.
Em 22 de julho, Chávez rompeu relações diplomáticas com a Colômbia, após Bogotá denunciar na Organização dos Estados Americanos (OEA) que em território venezuelano se abrigam guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN). Caracas nega, enquanto a Colômbia insiste na formação de uma comissão internacional para investigar a questão.